COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Na noite de hoje os congressistas sairão às ruas da cidade de Montes Claros, clamando a memória daqueles e daquelas que tiveram suas vidas ceifadas pela violência no campo brasileiro. Hoje à noite, a partir das 19h00, os participantes do III Congresso Nacional da CPT vão sair em caminhadas pelas ruas da cidade, relembrando as pessoas que tombaram na luta pela terra no campo brasileiro, numa grande celebração dos mártires.

A Celebração para a qual é convidada toda a comunidade de Montes Claros (MG), vai ter início no Colégio São José, Marista, e percorrerá o trajeto do Colégio até a Igreja do Senhor do Bonfim, na Praça do Morrinho.

No percurso serão feitas seis paradas. Em cada uma serão relembrados os mártires de cada um dos seis biomas brasileiros, Amazônico, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa.

Estarão presentes na grande celebração os bispos Dom Ladislau Biernaski, de São José dos Pinhais (PR) e presidente da CPT, Dom Enemésio Lazzares, de Balsas (MA), vice presidente da CPT, Dom Xavier Gilles, bispo de Viana (MA), e o arcebispo de Montes Claros, Dom José Moura. Os professores universitários em greve, da Unimontes, também se incorporarão à caminhada.

Uma história de violência

Historicamente a ocupação da terra no Brasil foi sempre acompanhada de grande violência contra as comunidades estabelecidas e contra os que apoiaram a luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos e de seus territórios.

Neste ano completaram cinco anos do assassinato de Irmã Dorothy Stang, religiosa norteamericana, assassinada em Anapu (PA), por defender os PDS, Projetos de Desenvolvimento Sustentável, em que se aliava a produção camponesa com a defesa do meio ambiente. Também completam-se os 25 anos do assassinato do Pe. Ezequiel Ramin, morto em Rondônia, por seu apoio às lutas dos trabalhadores na região, e do sindicalista Nativo da Natividade, em Carmo do Rio Verde (GO), por liderar os trabalhadores que se contrapunham à tentativa de expulsão da terra por parte dos fazendeiros.

Nos últimos 25 anos, o serviço de Documentação da CPT, que publica desde 1985, anualmente, o relatório de Conflitos no Campo Brasil, registrou 1.162 ocorrências de conflitos em que houve assassinato de trabalhadores e trabalhadoras e/ou seus apoiadores com a morte de 1.546 pessoas. O que marca esta realidade é que das 1.162 ocorrências de conflitos com morte, até hoje somente 88 foram julgadas, com 20 mandantes e 69 executores condenados. Dos mandantes condenados somente dois estavam presos, Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, responsabilizados pela morte de Irmã Dorothy. No dia de ontem, a Justiça paraense concedeu liberdade provisória a Regivaldo, fortalecendo a impunidade que gera cada dia mais violência.

Biomas, territórios e diversidade camponesa

Tiveram início na manhã de hoje os trabalhos nas quatro tendas temáticas, representando, respectivamente, os biomas Amazônico, Mata Atlântica e Pampa, Caatinga e Cerrado e Pantanal. Nesses espaços, os congressistas apresentarão as experiências desenvolvidas em suas regiões, de convívio em harmonia com os biomas e o meio ambiente. A atividade se estenderá durante todo o dia.

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