COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

seumamedePor volta das 17h do dia 23 de dezembro, foi assassinado Mamede Gomes de Oliveira, histórico militante do MST do estado do Pará, que tinha 58 anos. O "seu Mamede" foi morto dentro de seu lote na região metropolitana de Belém, com dois tiros disparados por Luis Henrique Pinheiro, preso logo após o assassinato. 

 

Da página do MST

Nascido no Piauí, ele ainda criança foi para Pedreira, no Maranhão, e logo depois veio para o Pará. Atuou nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no município de Ananindeua, antes de ir para a ocupação da Fazenda Taba em 1999, hoje Assentamento Mártires de Abril. Neste período, se tornou militante do MST.

Grande lutador e defensor da Agroecologia, nunca abandonou a luta. Tinha certeza de como faria a sua ofensiva ao capital e sempre foi um bom dirigente e educador.

Mamede era uma grande referência na prática da Agroecologia e criou o Lote Agroecológico de Produção Orgânica (Lapo), onde desenvolvia experiências de agricultura familiar para comercialização e consumo próprio.

Mamede Gomes de Oliveira não foi apenas mais uma vítima da violência banal, como a grande imprensa do estado está tratando o caso. 

O MST exige que o assassinato de “seu Mamede” seja apurado e que este caso não fique impune.

 

 

Nota de pesar e repúdio ao assassinato do dirigente do MST Mamede Gomes de Oliveira

 

toda morte matada,
toda morte morrida,
se for vida doada,
não é morte,
é vida
(Dom Pedro Casaldáliga)

A lista de camponeses, padres, freiras, sindicalistas, defensores de direitos humanos, homens e mulheres, assassinados no Estado do Pará enquanto lutavam por uma revolução econômica,social, cultural, política e ambiental, é longa. No domingo, dia 23 de dezembro, aproximadamente às 16h, mais um mártir se juntou a esta abominável relação.

MAMEDE GOMES DE OLIVEIRA, 58 anos, assentado do projeto de assentamento “Mártires de Abril” e antigo coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi assassinado com dois tiros no peito quando estava em seu lote.

Mamede era um dos principais incentivadores da discussão sobre agroecologia no MST. Estudioso do tema e atencioso com todos que lá chegavam para pedir orientação, implementava na prática tudo o que teorizava. Criou, junto com sua companheira Teófila da Silva Nunes, o Lote Agroecológico de Produção Orgânica (LAPO), onde mostrava que a experiência da agroecologia  já é uma realidade.

O assassinato de Mamede continua sem resposta. No dia do crime o camponês acabava de retornar de uma área onde estava trabalhando, localizada nos fundos de seu lote, quando, alertado por seu cão, percebeu que um desconhecido estava se dirigindo para o local onde ele estava anteriormente. Ainda interpelou o estranho, que não deu muita atenção e continuou seguindo caminho. Mamede então resolveu averiguar o que estava ocorrendo, momento em que foi alvejado com dois tiros no peito, disparados a partir de um revolver calibre 38.

Denuncia anônima indicou que três homens chegaram a casa onde foi preso Luiz Henrique Pinheiro, um dos indiciados como autor do assassinato. Luiz Henrique até o momento se recusa a falar sobre o ocorrido, os nomes dos envolvidos ou suas motivações. Com ele foi encontrado o revolver calibre 38, com duas cápsulas deflagradas, roupas sujas de sangue e uma mala já pronta para viagem. Quando a polícia chegou ao local os outros dois homens já haviam desaparecido.

Como não foi roubado absolutamentenada de Mamede, que estava inclusive com seu telefone celular, está descartado o crime de latrocínio.

As organizações e movimentos sociais que subscrevem esta nota exigem que os órgãos responsáveis apurem este assassinato detalhadamente, investigando e punindo exemplarmente todos os envolvidos.

Estaremos atentos e acompanhando cada passo deste processo para que este crime não fique impune, seja enquadrado como crime “banal” ou, muito menos, caia no esquecimento, como tantos outros.

Exigimos profunda investigação e punição dos envolvidos.

MAMEDE VIVE,SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE!

Belém, 26 de dezembro de 2012

ASSINAM ESTA NOTA:

Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)

Associação Sindical Unidos Pra Lutar

Comitê Dorothy

Central Sindical e Popular CONLUTAS

Diretório Central dos Estudantes/UFPA

Diretório Central dos Estudantes/UNAMA

Diretório Central dos Estudantes/UEPA

Diretório Central dos Estudantes/UFRA

Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE – Amazônia)

Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)

Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)

Fundo Dema/FASE

Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)

Instituto Universidade Popular (UNIPOP)

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Movimento Luta de Classes (MLC)

Movimento Estudantil Vamos à Luta

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)

Partido Comunista Revolucionário (PCR)

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)

Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)

Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua

Vegetarianos em Movimento (VEM)

Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)

Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)

Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)

Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)

Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)

Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura

Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)

Coletivo de Juventude JUNTOS

Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior (SINDTIFES)

Tô Coletivo

Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL)

Grêmio EE “Ulysses Guimarães”

Coletivo de Juventude Contraponto

Associação dos Funcionários do Banpará (AFBEPA)

Levante Popular da Juventude

Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO)

Associação Brasileira dos Ogãs (ABO)

Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas (AOMT BAM)

Associação de Artesãos do Estado do Amapá (AART-AP)

Associação de Divisão Comunitária e Popular (ADCP)

Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros de Santana (AGLTS)

Associação de Hortifrutigranjeiros Pescadores e Ribeirinhos de Marabá (AHPRIM)

Associação de Moradores Quilombolas da Comunidade de São Tomé do Aporema (AMQCSTA)

Associação de Mulheres do Abacate da Pedreira (AMAP)

Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú (AMVQC)

Associação de Proteção ao Riacho Estrela e Meio Ambiente (APREMA)

Associação dos Moradores do Bengui (AMOB)

Associação Educacional Maria (AEM)

Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA)

Associação Grupo Beneficente Novo Mundo (GBNM)

Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)

Associação Sóciocultural de Umbanda e Mina Nagô (ACUMNAGRA)

Encanto– Casa Oito de Março – Organização Feminista do Tocantins

Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN – MA)

Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA)

Centro de Treinamento e Tecnologia Alternativa Tipiti (CENTRO TIPITI)

Centro Pedagógico e Cultural da Vila Nova (CPCVN)

Centro Popular pelo Direito a Cidade (CPDC)

Coletivo Jovem de meio Ambiente do Pará (CJ-PA)

Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Comunidade de saúde, desenvolvimento e educação (COMSAÚDE)

Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM)

Conselho Indigenista Missionário Regional N II (CIMI)

Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga (COMTRABB)

Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Prestação de Serviço e Extensão Rural (COOPTER)

Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém (FAMCOS)

Federação das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá (FECAP)

Federação de Cultos Afroreligiosos de Umbanda e Mina Nagô (FECARUMINA)

Fórum Carajás

Fórum de Participação Popular em Defesa dos Lagos Bolonha e Água Preta e da APA/Belém (Fórum dos Lagos)

Fórum dos Movimentos Sociais da Br 163 PA (FMS BR163)

Fórum dos Movimentos Sociais de Belterra (FMSB)

Fundação Tocaia (FunTocaia)

Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá (GHATA)

Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)

Grupo Identidade LGBT

Grupo Ipé Amarelo pela Livre Orientação Sexual (GIAMA)

Instituto de Desenvolvimento Social e Apoio aos Direitos Humanos Caratateua (ISAHC)

Instituto de Divulgação da Amazônia (IDA)

Instituto de Mulheres Negras do Amapá (IMENA)

Instituto EcoVida

Instituto Saber ser Amazônia Ribeirinha (ISSAR)

Instituto Trabalho Vivo (ITV)

Irmãs de Notre Dame de Namur (SNDdeN)

Marcha Mundial das Mulheres (MMM – AP)

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Urbano (MSTU)

Movimento Afrodescendete do Pará (Mocambo)

Movimento de Mulheres das ilhas de Belém (MMIB)

Movimento de Mulheres Empreendedoras da Amazônia (MOEMA)

Movimento de Promoção da Mulher (MOPROM)

Movimento República de Emaús (MRE)

Mulheres de Axé

Red ede Educação Cidadã (RECID)

Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado do Amapá (SINDOMESTICA)

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR/STM)

Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão (STTR-MA)

Sociedade de Defesa dos Direitos Sexuais na Amazônia (SODIREITOS)

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)

União Folclórica de Campina Grande (UFCG)

União Municipal das Associações de Moradores de Laranjal do Jarí (UMAMLAJ)

Pastorais Sociais da CNBB

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