COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Os dados do Centro de Documentação “Dom Tomás Balduino”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apontam a Bahia como terceiro estado no Brasil com maior número de conflitos no campo. Ruben Siqueira, membro da coordenação nacional da CPT, participou do debate.

 

(Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia, da Página do MST)

Desde a última segunda-feira (3) o “II Simpósio Baiano de Geografia Agrária: entre a teoria e a prática, articulações e resistência”, é realizado na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o objetivo de construir um pensamento social crítico acerca do espaço agrário brasileiro, a partir das experiências de ensino-pesquisa-extensão no âmbito da universidade, de entidades parceiras e movimentos sociais organizados que estudam e vivenciam o campo baiano.

As primeiras atividades do simpósio denunciaram os altos índices de violência no campo e expuseram alguns casos históricos, como o massacre de Eldorado dos Carajás e Corumbiara, apresentando dados alarmantes que apontam para o descaso dos poderes com a questão.

Segundo os dados apresentados, no Brasil, 200 mil famílias vivem em acampamentos à espera da Reforma Agrária e outras 3,5 milhões vivem e produzem em áreas que não são suas, seja como trabalhadores ou arrendatários. Em 2016, foram registrados 1.536 conflitos no campo, envolvendo 909 mil pessoas. Entre os envolvidos pelos conflitos, 32,7% são camponeses posseiros, 25,2% indígenas, 17,1% camponeses Sem Terra, 15,9% camponeses proprietários e 9,1% quilombolas.

Os dados do Centro de Documentação “Dom Tomás Balduino”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apontam a Bahia como terceiro estado no Brasil com maior número de conflitos no campo, com 11% do total registrado no país.

O indígena tupinambá Luiz Viana Lima, morto na Serra do Padeiro, em Buerarema; o ambientalista e professor universitário Marcus Vinicius de Oliveira, assassinado em Pirajuía, no município de Jaguaripe; os quilombolas Alexsandro dos Santos e João Pereira, mortos, respectivamente, em São Francisco do Paraguaçú, em Cachoeira, e em Tijuaçu, no município de António Gonçalves, foram algumas das vítimas por violência agrária em 2016 lembradas no simpósio.

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O evento termina nesta quarta-feira (5), com uma programação repleta de debates, grupos de trabalho e conferências públicas.

Participam desses três dias de atividades o Movimento dos Pescadores e Pescadores Artesanais, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas da Bahia (CETA), o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Movimento de Luta pela Terra, Teia dos Povos, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), o MST e outros.

O simpósio é uma realização da UFBA, da Pós-Graduação em Geografia e do Grupo de Estudos em Geografia dos Assentamentos na Área Rural (Geografar), em parceria com diversas universidades e institutos federais do estado da Bahia.

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