COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

José Osvaldo de Sousa teria sido morto com várias coronhadas na cabeça. Crime ocorreu após quatro dias de conflito agrário em fazenda de Tucuruí.

 

(Fonte: G1 Pará)

A polícia identificou nesta segunda-feira (15) o trabalhador rural morto durante um conflito na fazenda Petrópolis, na zona rural de Tucuruí, no sudeste do estado. José Osvaldo Rodrigues de Sousa, 49 anos, teria sido morto com várias coronhadas na cabeça na madrugada de domingo (14). O crime ocorreu após quatro dias de conflito entre colonos e supostos seguranças de uma fazenda. Várias casas foram destruídas. O caso será investigado pela Delegacia de Conflitos Agrários (Deca). Ninguém foi preso.

O corpo permanece no Instituto Médico Legal (IML) da cidade aguardando a chegada de familiares. No domingo (14), a polícia civil esteve no local, mas não encontrou nenhum suspeito. O ouvidor agrário regional do Incra está em Tucuruí acompanhando o caso e afirma que irá acionar o Ministério Público, e que toda situação da fazenda Petrópolis será repassada ao ouvidor agrário nacional do Incra em uma reunião que deverá acontecer na terça (16), em Belém.

Conflito e ameaças
Os colonos assentados na fazenda Petrópolis não querem ser identificados, mas afirmam que os responsáveis pela destruição das casas e pelas ameaças que vêm sofrendo são pistoleiros contratados pelo dono da área ocupada. "Estou vivendo no mato, com medo. Ninguém dorme mais, ninguém come mais, com medo deles", disse um colono.

Outro trabalhador rural afirma ter sido ameaçado de morte junto a outros trabalhadores. Alguns colonos teriam abandonado a área com medo. "Eles ameaçam. Fizeram a gente abrir o nosso barraco, na marra, dizendo que eram policiais. Eles arrombaram a porta, deram dois tiros, jogaram pedra para quebrar a porta e nós ficamos quietos. Eles entraram e disseram para a gente botar as mãos na cabeça e ficar de joelho, botaram uma sacola na nossa cabeça para descobrir quem era o dono, mas o dono não estava no barraco esse dia. Tem uns 12 que já foram embora com medo", relata um trabalhador.

O presidente do Sindicato Regional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Roberto Elias, lamenta a morte de mais um colono em conflito de terra e espera que o ocorrido possa servir para agilizar o processo de regularização da área da fazenda, ocupada, segundo ele, há cerca de 13 anos. "São uns quatro dias de conflito tensos e que os trabalhadores estão saindo com marcas bastante profundas. Esperamos que a partir de agora sejam tomadas as devidas providências", disse o presidente.

 

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