COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Nesta terça-feira (15) e na quinta-feira (17) a Relatoria do Direito ao Meio Ambiente irá apresentar os resultados da missão realizada em março que investigou denúncias de violações de direitos humanos decorrentes do complexo de extração, beneficiamento e escoamento de minério de ferro sob responsabilidade da Vale e outras empresas relacionadas ao complexo siderúrgico na região de Carajás (Pará e Maranhão).

 

 

 

(Racismo Ambiental)

O trabalho da Relatoria está sistematizado no Relatório “Mineração e violações de direitos: o Projeto Ferro Carajás S11D da Vale S.A”. Visando incrementar a produtividade da empresa, o projeto articula uma nova mina e planta de beneficiamento na Floresta Nacional (Flona) de Carajás, um ramal ferroviário no sudeste do Pará, a duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC), e a expansão do terminal portuário de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão. Trata-se também do maior investimento da empresa Vale.

Dentre os impactos do projeto o relatório aponta: agravos de problemas socioambientais preexistentes por conta da mineração, tais como poluição atmosférica, de solos e águas; conflitos territoriais, migração desordenada; agravamento dos impactos da EFC, como atropelamentos de pessoas e animais, poluição sonora e comprometimento de moradias das populações do entorno; riscos de agravo nas condições de vida de crianças, jovens, adolescentes e idosos, e nas desigualdades de gênero que impactam a vida das mulheres, como aumento da sobrecarga de trabalho, prejuízos sobre a saúde pública, precarização do serviço público, e, vulnerabilidade à exploração sexual e outras formas de violência; e, inibição forçada da organização política comunitária. O Relatório chama atenção ainda para a fragmentação e outros problemas nos processos de licenciamento ambiental.

“Com o incentivo do Estado por um lado e a omissão do mesmo na garantia de direitos dos grupos sociais, por outro, a cadeia da mineração afeta o exercício dos direitos humanos das populações nos territórios locais, produzindo também relações sociais racialmente segregadoras, que prejudicam as populações negras e indígenas, e os grupos delas originados, por assim dizer…¨, afirma a Relatora Cristiane Faustino.

O Relatório traz uma série de recomendações ao poder público, como a realização de consultas prévias, com poder de veto, a todas as populações tradicionais e povos indígenas impactados pela cadeia de mineração e siderurgia no Corredor Carajás e a regularização imediata dos territórios das mesmas.

Em breve o relatório completo será publicado no site da Plataforma de Direitos Humanos.

Serviço
Lançamento do relatório “Mineração e violações de direitos: o Projeto Ferro Carajás S11D da Vale S.A.”

Dia: 15 de outubro
Local: Quilombo de Santa Rosa dos Pretos – Itapecuru Mirim.
Seminário “Carajás 30 anos: um olhar para os grandes projetos da região Tocantina”
Dias: 16 a 18 de outubro
Horário: 8h às 18h
Local: Auditório da Secretaria de Saúde e Universidade Federal do Maranhão
Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, 47, Centro, esq. com Coriolano Milhomem e Rua Urbano Santos, s/n, Centro.
Mais informações e programação: http://seminariocarajas30anos.wordpress.com/

 

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline