COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Indígenas da etnia terena de Mato Grosso do Sul divulgaram uma carta aberta nesta segunda-feira (2), por meio do advogado que os representa, Luiz Henrique Eloy, afirmando que responderão “à altura” caso seja criada comissão especial para analisar a PEC 215. A proposta torna competência do Legislativo a demarcação de terras. “Nós, lideranças indígenas, não iremos aceitar mais esta imposição contra os nossos direitos”, diz a nota.

 

(Portal G1)

 

O texto foi escrito durante reunião entre as lideranças terena na sexta-feira (30) na aldeia Cabeceira em Nioaque, a 187 km de Campo Grande. Os indígenas afirmam que estão sendo enrolados pelo Governo Federal porque enquanto reuniões são marcadas de 15 em 15 dias, “a bancada do agronegócio continua articulando proposições no Congresso Nacional para tirar nossos direitos”.

 

“Enquanto estamos nas mesas de negociações esperando o governo demarcar nossos territórios, os ruralistas não pararam com suas manobras anti-indígenas”, afirmam as lideranças.

A carta não detalha quais serão as atitudes que os terenas prometem tomar caso seja criada a comissão da PEC 215. Os indígenas afirmam apenas que as ações ocorrerão “juntamente com todos os povos indígenas do Brasil”.

 

Fazendeiros
Sobre a carta aberta, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, disse, por meio da assessoria de imprensa, que concorda com os índios quando eles dizem que o Governo Federal está enrolando para apontar solução para o conflito.

 

No entanto, segundo ele, a entidade repudia o fato de os terena afirmarem que terras legitimamente na mão dos produtores pertencem aos indígenas. Sobre a PEC, ele disse que o assunto não envolve os produtores.

 

Confira a carta das lideranças terena na íntegra:


"Aldeia Cabeceira, Terra Indígena Nioaque

 

Nós, lideranças Terena reunidas no dia 30 de agosto de 2013, na Aldeia Cabeceira – Nioaque/MS, por ocasião da reunião realizada no Ministério da Justiça, no dia 27 de agosto do corrente, em Brasília, viemos a público expor:

 

Não iremos mais tolerar reuniões para marcarem outras reuniões!

 

Enquanto o Governo Federal nos enrola marcando reunião de 15 em 15 dias, a bancada do agronegócio continua articulando proposições no Congresso Nacional para tirar os nossos direitos, tais como PEC 215 e PLP 227.

 

No próximo dia 04 de setembro de 2013, está na pauta do Congresso Nacional a instalação da Comissão Especial da PEC 215, e nós, lideranças indígenas não iremos aceitar mais esta imposição contra os nossos direitos.

 

Iremos dar uma resposta à altura, caso seja instalado a Comissão Especial da PEC 215!

 

Enquanto estamos nas mesas de negociações esperando o Governo demarcarem nossos territórios, os ruralistas não pararam com suas manobras anti-indígena.

 

Nós, POVO TERENA não iremos recuar! Estamos atentos a todas as manobras do Governo, no sentido de nos desmobilizar.

 

Denunciamos a postura do Estado de Mato Grosso do Sul em não colaborar na resolução dos conflitos fundiários, sob argumento de ser da responsabilidade da União. O estado de Mato Grosso do Sul tem responsabilidade sim, pois foi ele quem titulou as terras, entregando ao agronegócio para explorar nossos recursos naturais e favorecer as tradicionais famílias influentes deste Estado.

 

Caso seja instalada a Comissão Especial da PEC 215, no dia 04 de setembro, NÓS, POVO TERENA, iremos dar uma resposta à altura, juntamente com todos os

 

Povos Indígenas do Brasil.

Povo Terena,

Povo que se levanta!"

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