COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

 

Cinco dias após o início da operação de retirada de fazendeiros e trabalhadores rurais que vivem no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé, na região nordeste de Mato Grosso, cerca de 20 mil hectares das propriedades foram oficialmente retomados de proprietários não índios. A área total da terra indígena é 165.241 hectares.
 
Por Luciano Nascimento, da Agência Brasil
Foto: Rodrigo Baleia/Greenpeace
Um balanço feito pela força-tarefa do governo federal, formada por representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional e do Exército, percorreu 13 grandes fazendas na região. A maioria estava desocupada.
A  Terra Indígena Marãiwatsédé tem 242  empreendimentos, entre casas, comércios e fazendas, que pertencem a não índios.
A coordenação da operação informou que estão disponíveis, para ocupação imediata, 30 lotes destinados a assentamento das famílias que moravam nas áreas desocupadas e atendem aos critérios e normativas do programa de reforma agrária. Uma equipe do Ministério do Trabalho chegou à região para fiscalizar e orientar os empregados das fazendas a respeito de seus direitos trabalhistas.
No início desta semana, fazendeiros e trabalhadores rurais bloquearam trechos da Rodovia BR-158, que liga Barra do Garça (MT) a Belém (PA). Eles protestavam contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, em 2010, reconheceu a legalidade da demarcação de terras, homologada em 1998 e determinou a retirada dos ocupantes não indígenas e a recuperação das áreas degradadas.
O Ministério Público Federal em Mato Grosso pediu à PF que investigue quem está à frente dos protestos de manifestantes contrários ao cumprimento da decisão judicial que determina a saída dos que não são índios da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé.
Na tarde de hoje, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, divulgou uma nota de repúdio às declarações do fazendeiro Sebastião Prado ao site RD News, de Cuiabá (MT). Sebastião disse que o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, teria pedido uma elevada soma em dinheiro para dificultar a desintrusão (ato ou efeito de retirar de imóvel quem dele se apossou sem autorização do proprietário) da Terra Indígena Marãiwatsédé
“Essa suposta denúncia é falsa e caluniosa, feita por um ocupante ilegal de extensa área no território xavante e é mais um exemplo das mentiras e falsidades veiculadas por líderes de um suposto movimento que tenta impedir a devolução da terra dos marãiwatsédés”, disse Carvalho.
Na próxima segunda-feira (17/12), os integrantes da força-tarefa farão um balanço da operação, que, então, completará uma semana.
Edição: Fábio Massalli
* Com informações da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline