COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Por Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional),
com informações de Josep Iborra Plans (CPT Rondônia)

Imagens da comunidade

 

Um grupo armado atacou, na manhã da última sexta-feira (15), o Acampamento Terra Santa, na Gleba Seringal Belmont, em Porto Velho/RO. Eles tentaram sequestrar algumas pessoas acampadas, que já tinham recebido ameaças de morte na mesma semana. Pessoas da comunidade afirmam que os conflitos se acirraram depois que o Incra anunciou o levantamento ocupacional da área, previsto para esta segunda-feira, 18.

 

As famílias já haviam relatado momentos de medo entre a terça-feira pela manhã e a quinta (12 e 14/03), quando três pessoas chegaram em uma picape branca, armadas com fuzil e pistolas, invadiram os acessos à comunidade e permaneceram rondando o acampamento. As incursões foram filmadas e fotografadas por uma câmera de segurança que fica na estrada.

 

Depois do ocorrido, um dos acampados ainda relatou ameaças e violências sofridas: “Um dos homens perguntou se eu tava tirando foto, e apontou a arma pra o meu lado, querendo ver meu celular. Perguntei pra eles se era da polícia, disseram que era da Polícia Civil. Perguntei pelo distintivo, mas aí eles não gostaram. Pediram para eu desbloquear a tela do telefone, tiraram fotos e passaram arquivos para outro aparelho”, afirmou a vítima, acrescentando que os suspeitos somente foram embora por causa do barulho de foguetes disparados por pessoas da comunidade. “Se não fosse os foguetes, nem sei o que eles iriam fazer comigo”, relembra.

 

A ocorrência foi registrada numa delegacia de Polícia Civil de Porto Velho. Os vídeos e fotografias dos agressores, além da foto e placa do veículo, também foram encaminhados para a Comissão de Direitos Humanos da OAB de Rondônia, Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado, Comissão Nacional de Combate à Violência, Ouvidoria Agrária do Ministério de Desenvolvimento Agrário, Ministério Público de Rondônia, Conselho Estadual e Conselho Nacional de Direitos Humanos, além da Corregedoria da Polícia Civil de Rondônia.

 

Além de pedir por medidas de salvaguarda da comunidade, que hoje conta com 80 famílias residindo na área de terra pública, reivindicada para reforma agrária, a CPT também solicita a identificação dos locatários e passageiros do carro (uma vez que está registrado em nome de uma empresa de aluguel de veículos), e apuração da atuação como milícias armadas que vêm aterrorizando o citado acampamento.

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