COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional),
com informações da CPT Roraima e Assessoria de Comunicação da UFRR

Foto: RC Caleffi / CoordCom UFRR


Nesta quinta-feira (24),
a partir das 18h30, um encontro promovido pela Frente em Defesa do Rio Branco discute os impactos da Hidrelétrica do Bem Querer e as alternativas energéticas para o Estado de Roraima. A Roda de Conversa é aberta ao público e acontecerá no Auditório Alexandre Borges, da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Além de estudantes, professores/as e pesquisadores/as, o evento pretende reunir os movimentos sociais e a população em geral em torno do projeto da hidrelétrica, os riscos de inundação dos sítios arqueológicos, terras indígenas, áreas urbanas, praias e segmentos econômicos, além da produção de grãos, pecuária, pesca artesanal e comercial, turismo e lazer. Com previsão do início das obras para o ano de 2028, o empreendimento é vinculado ao Governo Federal através do Ministério de Minas e Energia e está no encerramento dos Estudos de Impacto Ambiental, a última fase antes do licenciamento por parte do IBAMA.

Para Carlos Alberto de Sousa Cardoso (Cacau), professor do Curso de Ciências Sociais da UFRR e assessor da CPT Roraima, a situação é urgente e demanda uma conscientização da sociedade sobre o impacto na vida de quase todos os 15 municípios do estado. “Nossa região é muito plana, então a previsão é de que essa usina irá criar um lago gigantesco de cerca de 500 km de área inundada. O projeto não apresenta informações com transparência, pois alega que diversas praias vão continuar existindo, quando sabemos que serão atingidas. Outras áreas de agricultura familiar, indígena e até o agronegócio ficarão alagadas ou encharcadas”, afirma.

A Frente em Defesa do Rio Branco foi criada em 2012 a partir do projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Bem Querer, denunciando também outros empreendimentos de impacto na contaminação por mercúrio e agrotóxicos. A Frente é formada por movimentos, pastorais sociais da Diocese de Roraima, pesquisadores/as e professores/as, além de diversas outras pessoas interessadas e preocupadas com as causas ambientais.

Atualmente, o foco tem sido de compreender o estágio atual do licenciamento da hidrelétrica, explorar alternativas energéticas e elaborar estratégias de atuação, especialmente no que tange à comunicação, a fim de interromper esse processo que afetará vários municípios de Roraima, além da própria capital, Boa Vista.

Cacau, que é integrante da Frente e um dos organizadores do evento, acrescenta que o Rio Branco tem um significado histórico e social muito profundo para a sociedade roraimense, tanto na economia quanto na música, nas lendas e em outros aspectos culturais: “Sabemos que toda produção de energia elétrica tem impactos ambientais, mas projetos como estes precisam ser discutidos claramente com a sociedade, pois impactam negativamente em nosso dia a dia, são danosos à vida aquática e alteram o fluxo de outros rios da Amazônia, como o próprio Rio Negro e até o Parque Nacional de Anavilhanas.

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