COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Nesta semana, de quinta-feira (1º) à sábado (03), a Feira Camponesa Itinerante volta a acontecer no Pinheiro, em Maceió, no estado de Alagoas, com objetivo de movimentar o bairro. 

Fonte / Imagem: CPT Alagoas

O evento, realizado no pátio da Igreja Batista do Pinheiro, comercializa frutas, legumes, verduras e animais vindos dos acampamentos e assentamentos acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra em Alagoas (CPT-AL). Entre os produtos disponíveis estão: banana, laranja, limão, graviola, inhame cará, macaxeira, batata doce, mel, mudas de plantas e galinhas.

A CPT destaca que os alimentos vendidos pelos feirantes são plantados com princípios agroecológicos e sem uso de agrotóxicos, algo que faz toda a diferença diante da liberação de quase 300 pesticidas desde que Jair Bolsonaro (PSL) assumiu a Presidência da República neste ano de 2019. 

Na recente listagem publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 22 de julho, dos 51 tipos de agrotóxicos liberados, 28 estão classificados como medianamente tóxicos, 17 como extremamente tóxicos, cinco são pouco tóxicos e um é altamente tóxico. Ainda de acordo com o documento, 27 desses produtos são perigosos ao meio ambiente, 18 são muito perigosos, cinco são pouco perigosos e um altamente perigoso. 

Segundo dados do Greenpeace, desde o início do governo do atual presidente, 290 substâncias foram liberadas para utilização. A análise ainda revela que, deste número total, pelo menos 32% dos produtos já são proibidos em toda a União Europeia. O ritmo da aprovação dessa nova leva já é a maior em relação aos últimos anos.

As feiras livres se configuram como um espaço de resistência frente à esta realidade que prejudica a saúde do povo brasileiro, além de proporcionar a interação dos trabalhadores do campo com os trabalhadores da cidade. Nelas, desaparece a figura do "atravessador". Quem compra sabe a procedência do produto e conhece quem o produziu.

Incentivo ao comércio local

Esta edição da Feira Camponesa Itinerante vem para fortalecer a campanha dos comerciantes e moradores: "Compre no Pinheiro!". Isso ocorre diante das notícias de que o movimento do comércio local caiu 70% desde a repercussão e medidas de isolamento de áreas devido às rachaduras, tremores e incerteza quanto a estabilidade do solo.

Para a CPT, esse é um momento de unificar as lutas do campo e da cidade por dignidade. A pauta do direito à moradia ficou em evidência com a crise do bairro do Pinheiro, mas, também diz respeito aos empobrecidos, especialmente aqueles que vivem em bairros mais humildes, como o Mutange, Bom Parto e Bebedouro, afinal, todos estão na mesma situação. Paralelo à isso, os camponeses lutam por terra para trabalhar e morar. Esta é uma questão em comum. Seja no campo ou na cidade, todas e todos querem um lugar para chamar de lar e tirar seu sustento.

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O direito à moradia está previsto na Constituição Federal, sendo considerado essencial ao Estado democrático e à dignidade humana, bem como se trata de um direito humano universal incorporado na Declaração Universal dos Direitos Humanos desde 1948, ainda que sofra ataques por alguns governos.

Não é a toa que a Pastoral da Terra realiza a Feira Camponesa, tendo a perspectiva da busca por dignidade ao lado dos mais necessitados e empobrecidos. Como já diz o nome, ela é uma instituição que tem a missão pastoral de continuar a ação de Jesus Cristo. 

Neste mesmo sentido, o próprio Papa Francisco encoraja os movimentos populares a lutar para que todas as pessoas tenham acesso à “terra, moradia decente e trabalho digno”. A frase do pontífice num encontro do Vaticano ficou marcada: “Digamos juntos de coração: nenhuma família sem casa! Nenhum camponês sem terra! Nenhum trabalhador sem direitos! Nenhuma pessoa sem a dignidade que dá o trabalho!”. 

Adquira produtos fresquinhos direto da roça, contribua com a luta por vida digna no campo e na cidade e pratique a fraternidade!

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