COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Sob o lema “Direitos camponeses já, com Reforma Agrária e Justiça Social”, o MST faz lutas em memória dos mártires de Eldorado do Carajás. 

Texto e imagens: Da Página do MST

Entre os dias 15 e 17 de abril, o MST realiza mais uma Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Sob o lema “Direitos camponeses já, com Reforma Agrária e Justiça Social”, o MST, mais uma vez, erguerá suas bandeiras e punhos em memória dos nossos mártires de Eldorado do Carajás.

No âmbito internacional a construção da Jornada passa pela unidade da Cloc/Via Campesina, que afirma a Declaração de direitos dos camponeses e camponesas como uma ferramenta de luta por dignidade no campo.

Nesses 23 anos a fórmula perversa de apropriação e concentração de riqueza nas mãos de poucos e a socialização da miséria e desigualdade para uma infinita maioria só aumentou. Isso reflete uma política direcionada, que atinge frontalmente as populações historicamente expropriadas e excluídas de direitos.

Nesse contexto, cercando-se de mentiras e impedindo a participação de Lula no pleito que Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito. Seu papel é cumprir uma agenda neoliberal e perversa, que mantém os privilégios dos que historicamente saqueiam o país e atacam os direitos da classe trabalhadora.

Marina dos Santos, da direção nacional do MST, ressalta que não há saída para o enfrentamento às desigualdades senão pela Reforma Agrária.

“Acreditamos que a Reforma Agrária ainda é uma das principais formas de resolver os problemas que o povo tem e fazer justiça social, gerando emprego, produzindo alimentos saudáveis, baratos e de qualidade”.

Santos também reitera que um dos objetivos da jornada é explicitar que o projeto do governo Bolsonaro está “acabando e enterrando” a política de Reforma Agrária que o país vinha desenvolvendo desde a redemocratização do país, a partir da década de 1980.

“A suspensão da política de Reforma Agrária em todo país promovida pelo governo Bolsonaro, especialmente no tocante a arrecadação de terras para novos assentamentos, paralisa cerca de 250 processos de compra e desapropriação de novas áreas, atingindo diretamente as 150 mil famílias acampadas”.

LEIA TAMBÉM: Conflitos no Campo Brasil 2018

Jornada Nacional de Lutas leva milhares de mulheres às ruas em todo país

Ações da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas chegam em 21 estados e mobilizam mais de 20 mil Sem Terra

Vale ressaltar que hoje no Brasil existem mais de 4 mil pessoas físicas e jurídicas proprietárias de terras com dívidas acima de R$ 50 milhões e entre os 50 maiores devedores existem pelo menos 11 ligados ao setor agropecuário com dívidas individuais superiores a R$ 1,48 bilhão. Todavia, tem sido veiculado como mais provável o perdão destas dívidas que a destinação destas terras para assentamento de trabalhadores rurais. Outro ponto de embate com o atual governo é a quantidade de liberação de agrotóxicos e o enfraquecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“O governo está acabando com a possibilidade de termos uma outra pauta da agricultura brasileira, pelo menos, diferente desse projeto que o agronegócio está realizando e que o governo investindo fortemente”, concluí a dirigente.

Durante as jornadas as ações do MST deverão se concentrar no acampamento da Juventude na Curva do S, sudoeste do Pará, local onde ocorreu o massacre de Eldorado do Carajás, além disso, serão realizadas campanhas de doação de alimentos, de produtos da Reforma Agrária nos municípios, que deverão contar com debates nas universidades e atividades de formação e informação com a população.

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline