COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Entidades e movimentos sociais divulgam carta  da  Plenária da Articulação Popular São Francisco Vivo, realizada entre os dias 24 e 26 de setembro, na Barra do Rio Grande/ BA. No documento, as organizações reafirmam que um Projeto Popular é a única alternativa para garantir a sobrevivência e qualidade de vida do rio e dos povos que dele dependem.

 

 

 

Carta da Plenária da Articulação Popular São Francisco Vivo
Nós, os 51 representantes dos movimentos populares, sindicatos, associações, pastorais e organizações sociais e ambientais, participantes da Articulação Popular São Francisco Vivo, vindos de todas as regiões da Bacia do Velho Chico, nos reunimos em Plenária na Barra do Rio Grande/BA, entre os dias 24 e 26 de setembro de 2010, e vimos a público reafirmar que um Projeto Popular é a única alternativa para garantir a sobrevivência e qualidade de vida do rio e dos povos que dele dependem. Pois, entendemos que:
Os problemas que se intensificam hoje na Bacia do São Francisco, consequências da expansão do Agronegócio, das Barragens, da Mineração e da Transposição, são reflexo da luta de classes, que se aprofunda cada vez mais no país, apesar das manipulações governamentais e midiáticas. O potencial dos solos, águas e minérios fazem da região um estratégico pólo de superexploração dos recursos naturais e, consequentemente, das populações.
O modelo de desenvolvimento reciclado e sustentado pelos atuais governos é amplamente excludente. O Estado, aliado às grandes empresas, vem operando como máquina facilitadora da acumulação ampliada do capital global, ao liberar recursos financeiros, construir obras de infraestrutura e investir em propaganda institucional. As decisões políticas em benefício da economia privada de empresas, nacionais e internacionais, ignoram os recursos naturais como bem comum e o valor da cultura popular como referencial na identidade de um povo.
As promessas feitas por parte das empresas, governos e da grande mídia a serviço do capital, ressaltam enganosamente que este modelo, chamado de “desenvolvimento sustentável”, traz o “progresso”, geram emprego e renda... Todo este contexto tem sido explorado pelas máquinas de propaganda, em especial na campanha eleitoral em curso, vazia de discussão sobre um Projeto de Nação. Mas é tudo parte de um “castelo de cartas” que, não demora, em vista da crise global – econômica, alimentar, climática e ecológica – vai ruir.
Temos vivido na carne ou sido testemunhas de um processo de degradação social-ambiental que tem afetado também, direta e indiretamente, o modo de viver dos povos. As conseqüências negativas dos grandes projetos são visíveis, no campo e nas cidades, uma vez que o deslocamento das comunidades atingidas tem contribuído para o inchaço das periferias urbanas, resultando no aumento da pobreza, criminalidade, violência, prostituição, sub-emprego, entre outros.
Diante deste cenário:
Repudiamos a transposição do Rio São Francisco e os projetos que destroem a vida do rio e das
populações ribeirinhas e exigimos a revitalização e que esta seja feita com a participação social e democrática, com direito de decidir e acompanhar a destinação de recursos, com transparência.
Anunciamos, mais uma vez, que o Projeto Popular que defendemos é indispensável para a melhoria da qualidade de vida das populações e o respeito aos bens da Terra. A reforma agrária ressignificada e a conquista e viabilização dos territórios tradicionais e de preservação ambiental são partes fundamentais deste Projeto.
Juntos e indignados, dizemos NÃO a tudo que impossibilita a soberania popular e permanecemos
firmes na luta contra o capital e em defesa da Vida. “Nosso lugar é lutar!”
SÃO FRANCISCO VIVO – TERRA, ÁGUA, RIO E POVO!

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