COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Por Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional),
com informações da comunidade local

Foto: Luis Antonio Fernández (CPT Lábrea)

 

Com cerca de 123 famílias, a Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Ituxi, situada no município de Lábrea (sul do Amazonas), continua a enfrentar o adoecimento dos seus moradores e moradoras. As comunidades ribeirinhas já haviam denunciado a morte de peixes e a contaminação da água com suspeita de uso de agrotóxicos, mas muito pouco foi feito de concreto, em relação a políticas públicas de atendimento à Saúde por parte do Estado ou do município.

 

Através do laudo de análise de amostras da água, realizado pelo Departamento de Ciências Agrárias da Faculdade Metropolitana de Rondônia, foram identificados coliformes fecais, mas numa taxa dentro da normalidade, o que indica outros motivos desconhecidos para o surto de mortandade dos peixes e a coloração do rio, como a mudança de colunas d’água.

 

“São mais de cem famílias que moram aqui, e somente dois agentes comunitários de saúde (ACS) contratados. Não tem médico, enfermeiros e nem técnico de enfermagem pra prestar socorro. Até o agente que trabalha no teste de malária, está afastado”, afirma uma liderança.

 

“A malária não é o único problema. Tem doenças que a gente pega e ninguém sabe de onde vem”, afirma outra mulher, que está com o esposo de cama com sintomas de febre, vômito e diarreia. O deslocamento para a cidade não é fácil, principalmente se tratando dos segmentos mais vulneráveis como as crianças, idosos e mulheres grávidas, que precisam de acompanhamento constante.

 

Ainda segundo os moradores, até a Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF), uma estrutura desenvolvida pelo SUS para atender às regiões da Amazônia e do Pantanal através de barcos, apareceu uma única vez na localidade, há dois anos. Uma lancha que faz o trabalho de imunização contra insetos também faz 6 meses que passou nas comunidades, aumentando a proliferação de carapanãs da malária e das baratas nas residências.

 

Apesar das dificuldades, as comunidades ribeirinhas não perdem a esperança e o ânimo para lutarem por seus direitos e vida plena em sua terra, água e território. A proposta é mobilizar o Ministério Público Estadual e Federal, para reivindicarem atitudes das secretarias de saúde. “Além de tudo isso, tem um posto de saúde dentro da nossa área que precisa sair do papel, mas nós lutando juntos, podemos muita coisa”, afirma um morador.

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