COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional),
com informações da Assessoria Jurídica da CPT/RO

Foto: Arquivo Pessoal

 

Famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra do Acampamento Ipê, no município de Machadinho d’Oeste (RO), denunciam o ataque ocorrido na tarde do último sábado (13). Segundo os relatos, desconhecidos chegaram por volta das 14h em um veículo tipo caminhonete Strada de cor branca em frente ao acampamento, e realizaram disparos que foram ouvidos por toda a comunidade, saindo em retirada. Logo depois, chegaram duas viaturas da Polícia Militar apenas utilizando drone para vigiar a comunidade, porém sem abordar o veículo, que ao final da tarde voltou ao mesmo local e realizou novos disparos, conforme os moradores.

 

Atos de violência como estes têm sido relatados pela comunidade de forma constante, como o assassinato de uma das lideranças do acampamento, José Carlos dos Santos, ocorrido no mês de outubro de 2023.

 

Crianças, pessoas idosas e mulheres grávidas são as mais vulneráveis com as intimidações armadas que têm sofrido: “Tenho duas crianças, e a mais velha tem trauma. Só de ver, já começa a chorar e querer correr, se esconder. Agora eles estão rondando aqui direto. Pedimos ajuda e socorro, porque a gente não aguenta mais essa situação, está sendo muito complicado”, afirma uma mãe.

 

“Tá muito difícil pra nós aqui, o pessoal tudo com medo. A polícia só passa na estrada pra abordar, prender ou multar cidadãos de moto, parando todo mundo que é do acampamento. Estamos sendo humilhados, massacrados e precisando de proteção”, relata outro agricultor.

 

Diante desta situação, a assessoria jurídica da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Rondônia reforçou a reivindicação de providências urgentes da Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Federal, Ouvidoria da Defensoria Pública Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO), Conselho Nacional e Conselho Estadual de Direitos Humanos. O objetivo é assegurar a integridade física e emocional da comunidade, enquanto continua a luta pela regularização e reforma agrária.

 

“Reafirmando nosso compromisso em defesa do acesso à terra para famílias de trabalhadores, nos termos da determinação constitucional e do fundamento cristão da justiça social, denunciamos a violência sofrida pelos povos e conclamamos a ação efetiva das autoridades em defesa do direito humano a vida digna”, afirma a assessoria jurídica.

 

A pedido das famílias, a CPT e a Ouvidoria da DPE solicitaram uma reunião com o Incra, que está marcada para esta quarta-feira (18).

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