COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Por: CPT Araguaia-Tocantins

 

Nesta terça-feira, dia 1º de agosto, se reuniram representantes da Articulação Camponesa do Tocantins, da CPT, regional Araguaia-Tocantins e a Superintendência Estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a reunião ocorreu na sede do órgão em Palmas e contou com a participação da Defensoria Pública Agrária (DPagra). A audiência foi marcada por boas expectativas e reuniu lideranças de 16 comunidades camponesas dentre assentamentos, ocupações, acampamentos e quilombos, com o objetivo de buscar avanços nas demandas de acesso e permanência na terra, e melhorias nas condições de vida e produção da agricultura familiar.

A Articulação Camponesa de Luta pela Terra e Defesa dos Territórios no Tocantins, criada em 2011, é composta por cerca de 20 comunidades que buscam o fortalecimento e articulação dos trabalhadores na luta pela conquista dos seus direitos coletivamente, a Articulação vem se consolidando como uma nova forma de auto-organização dos camponeses e comunidades tradicionais no estado. E junto com a Comissão Pastoral da Terra, regional Araguaia Tocantins, a Articulação levou à mesa do INCRA as angústias, situações de conflitos, e demandas com o intuito de que junto ao órgão fossem construídas propostas resolutivas aos problemas apresentados pelos camponeses e camponesas presentes.

Durante a reunião, foram discutidos diversos temas relacionados às questões agrárias, incluindo a criação de novos assentamentos, a demarcação e titulação de território quilombola, a regularização fundiária para posseiros tradicionais, o acesso a políticas públicas, créditos e investimentos para agricultura familiar, a necessidade de investimento em infraestrutura e serviços essenciais para o desenvolvimento das comunidades. Além dessas, foram apresentadas denúncias de extração ilegal de madeira nas reservas dos assentamentos e da intensificação da violência no campo provocada pelos grileiros e pela ganância do agronegócio.

Nesta reunião, em que a Superintendência inaugura uma jornada de aproximação e escuta dos movimentos e pastorais sociais do estado, as lideranças camponesas e as agentes pastorais, em suas falas destacaram a importância e a necessidade de se avançar nas demandas das comunidades. Afirmaram ainda que a expectativa de todos é que esta reunião com o INCRA proporcione resultados concretos e efetivos para as comunidades, como bem destaca Laudinha Moraes, agente da CPT Araguaia-Tocantins:

“Diante da urgência de soluções para os problemas enfrentados cotidianamente no campo, esperamos que as discussões avancem e resultem em ações concretas. Depois de anos de luta para que uma reunião desta natureza acontecesse, esta foi bastante significativa em nossa caminhada, suscitou uma renovação de esperança e sonhos entre as fileiras de trabalhadores que aqui representam suas comunidades localizadas por toda extensão da região norte do Tocantins. Embora o caminho à frente possa ser desafiador e requeira esforços contínuos, este encontro trouxe à tona um sentimento de que um novo capítulo na luta histórica dos camponeses está prestes a ser escrito.”

Por sua vez, a Superintendência do INCRA reforçou a necessidade de estabelecer um diálogo aberto e permanente com as comunidades e as entidades envolvidas no que se trata da Reforma Agrária e demais competências do órgão, aponta está comprometido a ouvir as demandas, sugestões e preocupações das organizações camponesas, visando a construção de soluções conjuntas e adequadas às realidades locais. Além disso, sinalizou comprometimento em adotar medidas concretas para as questões levantadas pelos trabalhadores durante a reunião. 

O atual superintendente do INCRA, Edmundo Rodrigues, ex-agente da CPT Araguaia-Tocantins, expressou otimismo em relação à colaboração entre o órgão, a Articulação Camponesa e a CPT-AT. Consciente da urgência em proporcionar condições dignas de vida para os agricultores familiares, afirmou o compromisso com a construção coletiva de uma “Terra sem Males”: 

"O INCRA é a casa dos povos e comunidades do campo. E deve estar sempre de portas aberta para os trabalhadores e trabalhadoras. Esta superintendência está comprometida em avançar na agenda da Reforma Agrária e garantir que políticas públicas sejam implementadas de forma adequada e eficiente. Destacamos a preocupação com as situações que envolvem conflitos, buscaremos trabalhar em conjunto com o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública Agrária e acionar a Comissão de Conciliação Agrária Nacional do INCRA e do MDA em busca de garantir a paz no campo do Tocantins. Nossa intenção é trabalhar em conjunto com a Articulação Camponesa, movimentos, organizações e pastorais sociais para alcançar resultados positivos e duradouros." Afirmou Edmundo.

 Assim, a reunião marcou um passo importante na luta pelo acesso e permanência na terra, por isso a Articulação Camponesa afirmou que com o apoio da CPT, permanecerá resistindo desde as bases para que as vozes dos camponeses sejam ouvidas e atendidas, e as discursões e acordos firmados durante a audiência com o INCRA e DPagra sejam efetivados e alcancem bons resultados.




Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline