COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Nos dias 10 a 12 de março de 2017, no Parque Ecológico dos Currais, em Tabuleiro do Norte, no Ceará, aconteceu o 2º Módulo da Escola Camponesa, realizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana (AEFAJA) e a Vale Assessoria. Os temas estudados nesta etapa foram: Solo e Tipos de Solo, Sementes Crioulas e Casas de Sementes, Manejo de Culturas. Participaram 19 jovens dos municípios de Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe e Potiretama.

 

(Por Thiago Valentim*)

A exemplo do 1º Módulo, realizado em janeiro de 2017, foi um momento rico de integração entre os participantes, de discussões intensas sobre o Semiárido e experiências práticas de como cuidar melhor do Semiárido e torná-lo um ambiente ainda mais vivo. A Escola Camponesa aconteceu num espaço de uma grande biodiversidade, o Parque Ecológico dos Currais. Neste módulo, os participantes tiveram a oportunidade de fazer uma trilha pelo Parque, visitando o Olho d’Água do Corrente, a mata nativa preservada e conhecer várias espécies de plantas, animais, insetos que não existem mais em suas comunidades devido o desmatamento. O olho d’água estava mais abundante devido às chuvas das últimas semanas.

Um tema que marcou o estudo foi sobre as Sementes Crioulas e Casas de Sementes. Resgatando histórias antigas dos antepassados sobre o cuidado, a seleção e o armazenamento das sementes, os educandos e educandas aprenderam a importância das sementes crioulas e das casas de sementes para garantir soberania e segurança alimentar. Entre os ensinamentos partilhados/adquiridos, a turma destacou o seguinte:

  • Positiva a iniciativa de várias comunidades de implantarem suas próprias casas de sementes;
  • Aumento da consciência dos males dos agrotóxicos e o não uso de veneno;
  • Retomar práticas antigas de sementes, escolhas das sementes graúdas e não escolher sementes com furos;
  • Que as sementes crioulas não são somente agrícolas, mas nativas, de fruteiras, hortaliças;
  • Que agricultores e agricultoras, quando dá a lagarta, replantam a semente, mas não usam agrotóxicos;
  • Que as queimadas destroem e natureza e faz muito mal ao solo;
  • Que a casa de sementes é uma alternativa às sementes do governo que, além de não serem de boa qualidade, chegam atrasadas para o plantio.

A arte também este presente neste 2º Módulo. A Comunidade dos Currais, pais e mães de educandos participaram ativamente da noite cultural, animada por um sanfoneiro local, com músicas regionais e forró pé de serra. Os participantes da Escola fizeram apresentações artísticas para partilhar com os presentes as reflexões feitas neste módulo. Também a partilha do alimento feito na casa de encontro e daqueles trazidos por pais e mães de educandos e educandas marcou a noite cultural.

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Alguns amigos e amigas visitaram a Escola Camponesa, vereadores locais e militantes sociais, como as professoras Regina Coele e Lia, da Universidade Estadual do Ceará – Campus de Crateús, e do representante da Via Campesina Internacional, Peter Rooset. Os visitantes puderam conversar com a turma e fazer um intercâmbio de experiências.

O 3º e último módulo está agendado para os dias 5 a 7 de maio de 2017, também no Parque Ecológico dos Currais. Será a conclusão desta Escola Camponesa.

*Membro da Coordenação Executiva Nacional da CPT e da EFA Jaguaribana

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