COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Josivan França foi atingido por um disparo na madrugada de ontem, 13 de fevereiro, durante manifestação de funcionários da obra da Usina de Jirau pela falta de ônibus. O rapaz de 24 anos, que também trabalhava na obra, foi atingido durante confronto dos manifestantes com a polícia. Há denúncias de que outra pessoa teria sido baleada na ocasião.

 


Aproximadamente a 01 hora da madrugada de ontem, 13 de fevereiro, o operário da Camargo e Correa na Hidrelétrica de Jirau, Josivan França Sá foi atingido por um disparo nas proximidades da rodoviária do distrito de Jaci Paraná (Porto Velho - RO). Josivan era do município de Pedro do Rosário, no Maranhão, de 24 anos, estava trabalhando no canteiro de obras da Hidrelétrica de Jirau, onde desempenhava a função de sinaleiro e ultimamente de armador de ferragens.  Ele faleceu por hemorragia, após receber um disparo que atingiu uma artéria no pescoço.

Josivan, que estava alojado dentro do canteiro de obras de Jirau, durante o domingo tinha ido almoçar e lavar a roupa em casa de parentes. Segundo companheiros, ele não bebia e aquela noite tinha tomado somente uma garrafa de suco. Mais de 300 pessoas estavam esperando desde as 11 horas da noite a chegada dos ônibus do último turno, que não chegaram. Alguns ônibus que passavam pela estrada não quiseram parar.  Revoltados alguns operários tentaram interditar com madeiras a BR 364. Chegou uma viatura da polícia, que mandou retirar as madeiras da estrada. Chegou uma segunda viatura e começou um confronto de trabalhadores com a polícia, que utilizou gás de pimenta e teria atirado nos operários revoltados.

Segundo seus amigos, Josivan não participava do confronto e estava a uns cem metros do local onde estava a polícia, quando caiu no chão atingido por um disparo. Diversas testemunhas recolhidas no local relatam que mais outro operário estava caído no chão, sendo, portanto, duas as vítimas de disparos, porém não temos mais informações sobre o que aconteceu com o segundo atingido nem sobre a identidade dele. A polícia utilizou, ainda, balas de borracha contra os operários revoltados, e outras pessoas saíram feridas e sangrando.

Diversos parentes de Josivan, moradores das proximidades, foram avisados da morte dele. Segundo testemunhas, o uso de gás de pimenta pelos policiais contra operários é habitual, e os operários reclamam de serem agredidos pela polícia diariamente. Também é habitual acumular muitas pessoas para utilizarem o último ônibus que passa em Jaci Paraná, com destino ao canteiro de obras. Neste último domingo os ônibus somente chegaram depois do violento confronto.

A CPT tem repassado as informações para autoridades,  Ministério Público Federal, Estadual e do Trabalho e jornalistas de Porto Velho. Existem rumores de que por causa destes fatos, uma nova revolta violenta poderia tomar conta do canteiro de obras da Usina de Jirau.

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