COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Denúncia da impunidade no estado do Pará foi novamente feita pela CPT à comitiva de senadores que visitou Nova Ipixuna na última segunda-feira, dia 11 de julho.

 

 

 

 

(Portal Vermelho)

Passado dois meses, as autoridades policiais não conseguem avançar na apuração dos assassinatos do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos no dia 24 de maio no assentamento de Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna (PA). A denúncia foi feita aos senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (PSOL-PA), que estiveram em diligência no local nesta segunda (11).

Os parlamentares, que só deixaram a região à noite, são integrantes da comissão externa do Senado destinada a acompanhar as investigações sobre as mortes por conflitos agrários no Sul da Amazônia. O inquérito, comandado pela Polícia Civil paraense, corre em segredo de Justiça.

Segundo a denúncia, as polícias Civil e Federal não conseguiram avançar nas investigações para chegar aos executores e mandantes dos crimes. “A Polícia Federal parece pouco aparelhada para tocar as investigações e a polícia civil demonstra pouco interesse em investir no processo e desvendar os crimes”, diz o manifesto encabeçado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

A coordenadora da comissão, Vanessa Grazziotin, destacou a presença no local do secretário adjunto de Justiça e Cidadania do Pará, Sávio Mileo, e o delegado responsável pelo inquérito Rilmar Firmino. “O delegado nos garantiu que no próximo dia 24 entregará o relatório final do inquérito, vamos aguardar para ver quais os avanços”, lembrou a senadora, que encaminhará o problema também ao ministro da Justiça, José Cardoso.

Sob escolta da Polícia Militar do Pará, os parlamentares chegaram ao local num microônibus que saiu de Marabá (PA) e percorreu uma vicinal de 100 quilômetros, metade sem asfalto. Nas margens dela, eles só viram vestígio de floresta.

Quando chegaram ao local, os senadores eram aguardados por mais de 200 agricultores que estão proibidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama) de derrubar árvores para fazer carvão. Cerca de 14 mil toneladas do produto abastecem todos os anos as 14 siderúrgicas da região.

“Queremos o fim da impunidade. A família dos agroextrativistas pede apoio e Justiça das autoridades”, dizia um dos cartazes afixados no local. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Ipixuna, Eduardo da Silva, reconheceu que os agricultores também são responsáveis pelo desmatamento na região, mas alegou que essa situação só acontece por falta da presença do Estado. Ele reivindicou a implantação de projetos agroextrativistas no assentamento.

No mês passado, a comissão esteve em Extrema (RO), na fronteira com o Amazonas e Acre, para averiguar as condições do assassinato do agricultor Adelino Ramos, o Dinho, morto em Vista Alegre do Abunã (RO).

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