Uma manifestação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a favor da reforma agrária foi reprimida de forma violenta e desproporcional pela Polícia Federal e Polícia Militar, ontem, 3 de agosto, em Ji Paraná, Rondônia. 

 

 

(CPT Rondônia / fotos e vídeos: MST e Juventude da Via Campesina)

 

Os manifestantes tinham ocupado o prédio do INCRA e se manifestado pacificamente até o Banco do Brasil, ocupando o prédio da Receita Federal na cidade, assim como em outras 18 cidades do Brasil, contra o corte de recursos para reforma agrária, anunciado pelo Ministério da Fazenda.

 

 

Segundo o delegado da Polícia Federal, ele havia recebido denúncias de que os manifestantes estariam armados, de que estavam depredando equipamentos e ameaçando servidores públicos. Segundo fontes do MST, os dirigentes já tinham acertado com os responsáveis da delegacia o reparo de uma porta que tinha sido quebrada. Imagens divulgadas pelos mesmos mostram manifestantes em atitude pacífica cantando e batendo palmas no interior do prédio. 

A ação da Polícia Federal, sem aviso, foi considerada por dirigentes do movimento como "ação truculenta e desnecessária", com uso de bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha. A ação da polícia deixou vários feridos, um trabalhador chegou a ser atropelado por uma viatura policial.

 

 

Inicialmente houve seis detidos, quatro deles ficaram presos. Dois deles foram acusados de tentativa de homicídio por utilizarem pedras e paus.

Posteriormente os manifestantes continuaram a ocupação do INCRA, com uma extensa pauta de reivindicações sobre os assentamentos criados e sobre os processos de criação de outros diversos assentamentos que se arrastam por anos.