COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Uma semana após desocupação da Agropecuária Santa Mônica, em Corumbá de Goiás (GO), bois do senador Eunício de Oliveira pisoteiam e comem alimentos agroecológicos que haviam sido plantados pelas 3 mil famílias acampadas, sendo que a colheita dos produtos foi uma das condições acordadas para a saída das famílias da área. 

 

 

 

O chão onde pisava o boi é feijão e arroz, capim já não convém. (Zé Pinto)

 

No último dia 4 de março, após seis meses de ocupação de parte do Complexo de Fazendas Santa Mônica, do senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), em Corumbá de Goiás (GO), aproximadamente 3 mil famílias ligadas ao Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que compunham o Acampamento Dom Tomás Balduino, deixaram a área. Durante o período de acampamento no local, as famílias produziram uma diversidade de alimentos, cultivados de forma cooperativa e agroecológica, entre os quais destacamos: arroz, feijão, milho, mandioca, abóbora, alface, couve, amendoim, gergelim, entre vários outros produtos. A produção agroecológica, resultado do trabalho dos agricultores/as acampados/as, cobria mais de 60 hectares do latifúndio do político.

 

Entre os compromissos estabelecidos para a saída das famílias da área, além da instauração do processo de assentamento num prazo de 60 dias, havia a garantia à colheita de todos os alimentos cultivados. No entanto, apenas uma semana após a saída da área, representantes do Comitê de Apoio e Solidariedade ao Acampamento Dom Tomás Balduino registraram as lavouras invadidas pelos bois do Senador, que comem os alimentos que proviam e proveriam o sustento dos acampados/as.

 

As famílias, agora acampadas provisoriamente na área do Centro de Formação Hugo Chaves, na cidade de Corumbá de Goiás, aguardam as Cestas Básicas (outro compromisso estabelecido para a desocupação da área) para garantir sua alimentação imediata. Em um país ocupado pela soja e outros grãos que alimentam rebanhos do outro lado do mundo, alimentos produzidos em quantidade e qualidade são pisoteados pela injustiça do latifúndio.

 

Nós, que compomos o Comitê de Apoio e Solidariedade ao Acampamento Dom Tomás Balduino, denunciamos essa ação de injustiça com os trabalhadores/as que lutam pela dignidade do acesso à terra e pela vida plena em direitos.

 

Comitê de Apoio e Solidariedade ao Acampamento Dom Tomás Balduino

Corumbá de Goiás/GO, 15 de março de 2015.

 

SAIBA MAIS: Após negociação, Sem Terra deixam latifúndio do senador Eunício de Oliveira

 

 

 

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline