COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Celebrar a resistência dos povos e comunidades, denunciaras injustiças no campo e na cidade, expondo a devastação do Cerrado, as violências contra as famílias camponesas com terra e sem terra e a exclusão da maioria da população. Esses são os principais objetivos da 1ª Romaria dos Povos e Comunidades do Cerrado: Um grito dos excluídos na cidade e no campo em Mato Grosso.

 

O evento acontecerá nesta terça-feira (1º), a partir das 14 horas. Romeiros e romeiras se concentrarão na Praça Monumento Ulysses Guimarães, Avenida CPA, em frente ao Pantanal Shopping, em Cuiabá, Mato Grosso. Uma celebração também ocorrerá nesse espaço. Após isso, os/as participantes sairão em caminhada por ruas da cidade.

A Romaria é organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro Burnier Fé e Justiça (CBFJ), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Movimento RUA, Levante Popular da Juventude, Associação Brasileira de Homeopatia Popular, Consciência Negra, Paróquia Sagrada Família, Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Centro de Estudos Bíblicos (Cebi), Formad, Grupo de Intercâmbio em Agroecologia (GIAS).  Essa Romaria abre a Semana da Cidadania em Cuiabá, aproveitando os dois acontecimentos do mês: a manifestação do Grito dos Excluídos e o Dia Nacional do Cerrado (11/09).

"Há um histórico de violência muito grande em todo o Mato Grosso, como assassinatos, ameaças de morte, despejos, grilagem de terras públicas, envenenamentos. Essa violência aumentou de forma significativa, com isso o povo não consegue mais ficar calado. É preciso gritar contra tanta injustiça que o povo do campo tem sofrido. E a Romaria do Cerrado foi uma forma encontrada, porque boa parte desses conflitos, como os despejos, estão ocorrendo em áreas do Cerrado. E o estado tem sido omisso e conivente para que conflitos continuem", destaca Cristiano Apolucena, coordenador da CPT no Mato Grosso.

O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro em extensão, desempenha um papel fundamental no processo de distribuição dos recursos hídricos do País e da América do Sul, já que faz transição com a Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e o Pantanal, unindo assim todos os biomas brasileiros e alimentando a maioria das grandes regiões hidrográficas do continente. No entanto, este bioma e os povos e comunidades que nele vivem estão sendo atacados por um sistema que privilegia o agronegócio e grandes empreendimentos hidrelétricos, como pretende denunciar a Romaria. 

Desde 2004, por exemplo, segundo dados da CPT, mais de 5.500 famílias foram atingidas em conflitos pela água no estado, causados, principalmente, pelos grandes projetos governamentais de usinas hidrelétricas, Pequenas Centrais Hidrelétricas, além das hidrovias. Mas essas não são as únicas violências sofridas pelo povo do campo, já que entre 2000 e 2014 cerca de 20 mil famílias foram despejadas pelo poder Judiciário do estado, muitas vezes com brutalidade policial ou de fazendeiros em disputas pela ocupação e posse de terras. E apenas no ano passado, cincolideranças camponesas foram assassinadas no Mato Grosso.

As denúncias a serem feitas durante a Romaria pretendem delatar um sistema simbolicamente, fisicamente e estruturalmente violento e preconceituoso. Um sistema que ameaça também a soberania alimentar, saúde, educação, segurança, entre muitos outros direitos da população mato-grossense e brasileira. 

Para reforçar essas preocupações e denúncias, a Romaria dos Povos e Comunidades do Cerrado acata também o lema do Grito dos Excluídos de 2015: “Que país é este, que mata a gente, que a mídia mente e nos consome?”. Precisamos expor a atuação de alguns meios de comunicação que defendem esse sistema opressor e excludente. 

Nesse sentido, a celebração busca chamar a atenção juntando o povo do campo e da cidade, através de igrejas, movimentos sociais e entidades parceiras numa grande manifestação cultural para que todos os excluídos e excluídas possam gritar e serem ouvidos.

A Romaria contará também com apresentações de Siriri do grupo “Coração Cuiabano”, batucada do grupo “Levante”, manifestações diversas do Movimento Rua, entre outras atrações. Os participantes terão também a possibilidade de conhecer diversos produtos do Cerrado, como cumbaru, ananás, cajuzinho-do-cerrado, além de legumes da agricultura agroecológica, sementes e mudas variadas.

SERVIÇO:

1ª Romaria dos Povos e Comunidades do Cerrado: Um grito dos excluídos na cidade e no campo em Mato Grosso

Amanhã, 1º de setembro, a partir das 14 horas.

Concentração e saída da Praça Ulisses Guimarães (em frente ao Shopping Pantanal), Avenida CPA, em Cuiabá, MT.

Mais informações:

Elvis Marques (assessoria de comunicação da CPT) – (62) 8444-0096

Elizabete Flores (CPT Mato Grosso) - (65) 9927-6559

 

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