COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

A Jornada de Luta contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar mobilizou, até o fim da tarde do dia 8 de março, 15 estados brasileiros. As mulheres da Via Campesina se somaram à luta feminista durante a celebração do centenário do 8 de março e denunciaram os malefícios do agronegócio contra a vida e o trabalho das camponesas.


A Jornada de Luta contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar mobilizou, até o fim da tarde desta segunda-feira (8/3), 15 estados brasileiros. As mulheres da Via Campesina se somam à luta feminista durante a celebração do centenário do 8 de março e denunciam os malefícios do agronegócio contra a vida e o trabalho das camponesas.

Para Marina dos Santos, integrante da coordenação nacional do MST, esse primeiro balanço mostra que as mulheres estão organizadas “no sentido de fortalecer a luta, dar visibilidade à condição na qual vivem, bem como exigir dos governos o cumprimento dos protocolos e pactos através de programas que beneficiem a agricultura camponesa, além de políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres”

Confira o que aconteceu estado por estado:

Em Alagoas, as manifestantes acampam na praça dos Martírios, nem Maceió, em frente ao Palácio do Governo do Estado, ficando ali instaladas para as atividades da semana. Em Arapiraca, cerca de 350 trabalhadoras da Via Campesina realizaram ato nesta manhã na praça Marques, Centro. Em Delmiro Gouveia, uma marcha discute a construção do Canal do Sertão, obra que deve privilegiar os grandes latifundiários, já que seu usufruto será comercial.

Na Bahia, mais de 1500 mulheres da Via Campesina, quilombolas e de outros movimentos do estado encerram hoje um acampamento na UFBA, voltado à formação política dentro dos temas da soberania alimentar e combate à violência à mulher, em especial à mulher negra. Pela manhã, as camponesas se uniram às mulheres urbanas e realizaram uma grande marcha pelas ruas de Salvador.

No Ceará, mais de 400 mulheres acamparam em frente à indústria química Nufarm, no Novo Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. Elas fazem protesto contra a fábrica, oitava maior produtora de agrotóxicos do mundo e exigem a desapropriação do terreno.

Em Goiás, mais de 600 mulheres da Via Campesina fizeram uma caminhada contra o agronegócio no município de Rubiataba. Desde o dia 5/3, as camponesas estão reunidas em atividades de formação em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

As mulheres do Mato Grosso promoveram uma campanha de doação de sangue em frente aos correios e a Igreja Matriz, em Várzea Grande. As mato-grossenses estão reunidas no Encontro Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais do estado que é marcado por debates sobre a atual conjuntura, os impactos sociais, ambientais e econômicos do agronegócio e o papel da mulher na transformação da sociedade.

No Mato Grosso do Sul, 300 mulheres percorreram hoje as ruas centrais de Campo Grande, com faixas, cartazes e megafones. As camponesas entregaram ao INCRA local uma pauta de reivindicações para melhorias na área de educação, saúde, crédito para as mulheres do estado. Amanhã (9/3), às 13h30, as manifestantes terão uma audiência para negociar a pauta entregue.

Em Minas Gerais, durante os dias 6, 7 e 8 de março, 500 mulheres acamparam na praça da Assembléia Legislativa. Elas se mobilizaram para denunciar a situação de opressão em que vivem por causa do agronegócio, da violência e do machismo.

Na Paraíba, 400 mulheres da Via Campesina marcharam pelas ruas do município de Sousa, sertão da Paraíba. Elas denunciaram o uso desenfreado de agrotóxicos pelo grupo Santana, grande empresa agrícola. Os maiores prejudicados são as famílias acampadas no pré- assentamento Isabel Cristiano.

No Paraná, cerca de 1.000 camponesas ocuparam a Usina Central Do Estado desde as seis horas da manhã na cidade de Porecatu (norte do Paraná). O ato denuncia a monocultura da cana e o trabalho escravo.

Em Pernambuco, cerca de 350 mulheres ocuparam a sede da Secretaria de Agricultura em Recife. As camponesas lembraram que Pernambuco é um dos estados com maior quantidade de conflitos agrários, mas que em dois anos nenhuma nova desapropriação chegou a ser efetivada.

No Rio de Janeiro, trabalhadoras da Via Campesina e do Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo ocuparam a Usina Capim, em Ururaí, Campos dos Goytacazes. As manifestantes plantaram árvores no local que abriga o monocultivo da cana-de-açúcar. Em 2009, o estado liderou os índices de resgate de trabalhadores em situação análoga ao escravo. Foram 715 trabalhadores resgatados pelo Ministério Público do Trabalho, num total de 4.283 em todo o Brasil.

No Rio Grande do Sul, trabalhadoras da Via Campesina, do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), da Intersindical e do Levante da Juventude estão mobilizadas desde o dia 3/3. As manifestantes promoveram palestras e ocuparam a Delegacia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Porto Alegre. Elas ainda se somaram aos estudantes e trabalhadores urbanos no dia 4/3 para uma vigília na reitoria da UFRGS em protesto contra a votação do projeto do Parque Tecnológico.

Em Rondônia, cerca de 200 mulheres da Via Campesina trancaram por uma hora a estrada de acesso ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Em Porto Velho, elas protestaram contra a construção das barragens no rio Madeira e todas as consequências negativas que as obras estão trazendo para a vida das mulheres. Elas seguem acampadas no ginásio Eduardo Lima e Silva, na Avenida Jatuarana, onde fazem debates e estudos.

Em São Paulo, 250 mulheres da Via Campesina participam da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. A partir de hoje (8/3), as mulheres começam a marcha de Campinas a São Paulo com mobilizações nacionais simultâneas de diferentes tipos, formas, cores e ritmos para marcar o centenário da Declaração do Dia Internacional das Mulheres. Além disso, 150 mulheres ocuparam na manhã o INCRA de Araraquara (SP). Em marcha, seguiram para frente da empresa Cutrale, denunciando a grilagem de terras na região.

Em Tocantins, mais de 800 mulheres da região Amazônica e demais movimentos populares do Estado do Tocantins fizeram uma caminhada em defesa da vida, pelos direitos humanos e pela soberania alimentar.

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline