COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

“Num estado que cada vez cheira mais a veneno”, agricultores familiares exigem lei que facilite venda de produtos saudáveis. Pequenos agricultores familiares e consumidores solidários, junto com a ComissãoPastoral da Terra (CPT/MS) reclamaram por uma lei estadual específica para a liberação ambiental e registro sanitário de produtos agro-ecológicos, durante um encontro realizado em Indápolis, município de Dourados/MS, o ultimo sábado (7).

A atividade fez parte da proposta de constituição de uma cooperativa para pequenos camponeses produtores de orgânicos e de alimentos agro-ecologicos e de consumidores solidários. A reivindicação de uma legislação estadual que esteja adequada à realidade dos pequenos produtores foi feita na presença do deputado estadual Laerte Tetila, membro da Comissão de Agricultura da Câmara de Deputados. O deputado foi convidado para se informar em relação à idéia da cooperativa; e, na reunião, declarou-se “entusiasta da agricultura familiar camponesa”. Participaram também do encontro Daniel Alves, secretário de agricultura de Novo Horizonte do Sul; e os representantes da Cooperativa Agropecuária da Fronteira de Ponta Porá; Cooperativa dos Pequenos Agricultores dos Pioneiros do Sul, de Itamaraty/MS; Cooperfamiliar, de Juti/MS; da Associação de Mulheres Rurais Empreendedoras de Santa Teresinha, Itaporã/MS; Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS) e da Economia Solidária de Dourados.

Segundo os agricultores familiares a legislação existente sobre a questão da liberação ambiental e vigilância sanitária é um grande entrave para os pequenos e que é necessária uma lei especifica e diferenciada que contemple a realidade objetiva do lavrador familiar. Todos entenderam que a legislação que está em vigor foi pensada para os grandes e que adequar-se a ela é, além de burocrática, excessivamente, custosa. As dificuldades para a liberação de alimentos para a comercialização são enormes e prejudica aos produtores da agricultura familiar na sua potencialidade, que no Mato Grosso do Sul estão buscando seu fortalecimento. “Para nós a legislação não é educativa e sim punitiva. Nós estamos fora da lei e a lei é incompatível com a nossa realidade”, sentenciou um dos participantes do encontro.

Os agricultores e consumidores presentes concordaram também que nos seus anseios de maior independência e oportunidades para questões como a economia solidária, cooperativa para pequenos agricultores e as exigências para selos de qualidade para produtos agroecologicos e orgânicos, às legislações federais e estaduais só enxergam e ensaiam formas de colocar aos pequenos nas lógicas capitalistas de mercado. Denunciaram que se vem impondo a esses setores sua adequação em pastas e legislações que foram pensadas exclusivamente para os que concordam com a lógica do patrão, do individualismo e da acumulação. “A gente acredita que outra forma de organização, produção e de economia é possível, más precisamos ter coragem para isso. Nós acreditamos numa forma de produção, consumo e comercialização que beneficie os dois lados. Não queremos entrar na lógica do individualismo e rechaçamos legislações que obrigam às pessoas que pensam diferentes a continuarem sozinhos e isolados, e aceitem como única alternativa virar patrão”, assentiram os presentes.

Outra questão importante que foi colocada é sobre o que é produzido dentro da agricultura familiar no Mato Grosso do Sul. Foi de consenso que a variedade produzida pelos pequenos agricultores no MS “é muito grande”. Embora não em quantidade, a força necessária pode ser conquistada por médio da organização de uma cooperativa ou central de produtores e consumidores de alimentos saudáveis. “Nós temos os produtos e temos todas as condições para fortalecermos. A nossa produção não esta organizada e por isso também ficamos expostos a aparências e propagandas ruins perante o consumidor, quando vemos o que esta sendo comercializado no mercado como orgânico”.

Foi colocado igualmente que o Estado de Mato Grosso do Sul cada vez cheira mais a veneno; com o leite materno fornecendo veneno; com toda a infra-estrutura logística voltada sobre tudo para o agronegócio empresarial e agüentando uma bancada ruralista majoritária que toma conta de todo no Congresso Estadual. Na ocasião o deputado Tetila denunciou também que o governo de Puccinelli não coloca nada a favor da Agricultura familiar e que com o pouco que chega do governo federal , em relação aos outros Estados, o atual governo de MS só está fazendo propaganda.

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline