COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

A área da Agropecuária Santa Mônica, em Corumbá de Goiás, tem 21 mil hectares. Despejo pode ocorrer nesta quarta-feira.

 

 

(MST / foto Mídia Ninja)

Na manhã desta segunda-feira (02/03), as famílias do acampamento Dom Tomás Balduíno ocuparam a sede da Agropecuária Santa Mônica, em Corumbá de Goiás. A agropecuária é um latifúndio de mais de 21 mil hectares, propriedade do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Mais de três mil famílias ocupam a fazenda desde agosto de 2014.

O acampamento pode sofrer um despejo nesta quarta-feira (04/03). O latifúndio considerado improdutivo é fruto de transações não esclarecidas pelo senador da República.

“Até hoje é pendente de explicações a forma como ele conseguiu acabar com as pequenas propriedades que existiam e formar esse imenso latifúndio", afirma o integrante da coordenação do MST em Goiás, José Valdir Misnerovicz.

De acordo com nota emitida pelo MST de Goiás, “é de se salientar a enorme pressão política constante no caso, que proporcionou abusivas decisões judiciais emanadas pelo juízo local de Corumbá, deferindo por mais de uma ocasião a liminar possessória sem qualquer intento de mediação do grave conflito coletivo lá instaurado, obstaculizando até mesmo a entrada de alimento para as famílias”.

Para o MST, a única alternativa é a destinação da área para a Reforma Agrária e qualquer despejo forçado poderá ter graves consequências. “Apresentamos como exigência a desapropriação de todo o complexo e o assentamento das famílias. Essa ocupação é a oportunidade da presidenta Dilma concretizar o que tem defendido como Reforma Agrária: assentar famílias em terras de boa qualidade, próximas dos centros urbanos, para produzir alimento para a população”, completou.

Produção agroecológica

O acampamento Dom Tomás é um dos maiores do estado de Goiás, e abriga mais de três mil famílias. Neste período, a produção de alimentos sem agrotóxicos foi realizada e, hoje, a área já pode ser considerada um laboratório da agroecologia.

“Estamos promovendo o resgate de variedades crioulas, sistemas de controle biológico, consórcios de culturas, princípios de alelopatia e mais uma gama de inovações foram sendo desenvolvidas. Isso significa o barateamento da comida na cidade, já reconhecido pela população de Corumbá e Alexânia (GO)”, disse Luiz Zarref, integrante da coordenação estadual do MST em Goiás.

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