COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Após cinco anos, estudantes da turma de Direito para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais concluem graduação com espírito de mudança.

 

(da página da UFG)

 

No último sábado, 11 de agosto, dia do Direito no Brasil, a turma especial de graduação em Direito para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais, nomeada turma Evandro Lins e Silva, formou 56 estudantes. Dentre eles, 12 já passaram na prova da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e destes, dois já estão advogando.

 

A comemoração teve início no fim da tarde. Antes da cerimônia oficial de formatura, integrantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) organizaram uma celebração com poemas, músicas e depoimentos de figuras importantes na criação e manutenção da turma. As palavras foram de carinho e orgulho para com os formandos e todos reconheceram a importância daquele momento para o futuro do país. Para Gilmar Mauro, da coordenação Nacional do MST, a formatura da primeira turma de graduação em Direito para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais, iniciativa inédita no Brasil, é apenas o primeiro passo para as transformações sociais que o país precisa.

 

Alessandra Lunas, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) lembrou que a conclusão da turma é apenas uma das várias conquistas desta empreitada. A primeira delas foi aprovar a criação do processo seletivo para uma turma de graduação em Direito para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais. “Os alunos dessa turma provam que é possível superar a discriminação sofrida no campo”, comentou.

 

A celebração foi encerrada com integrantes do MST levantando um facão e uma rosa. Rosana Fernandes, da coordenação Nacional do MST em Goiás, explicou que “mesmo se tornando bacharéis, os formandos não devem esquecer a ferramenta de luta (facão) e as possibilidades de transformações que essa conquista permitirá (rosa)”.

 

Formatura

 

Na cerimônia de formatura estavam presentes familiares (muitos vieram de muito longe), acadêmicos do câmpus Cidade de Goiás, advogados, integrantes e líderes do MST, a comunidade vilaboense e autoridades que participaram da trajetória da turma: Edward Madureira Brasil; reitor da UFG, Sandramara Matias Chaves; pró-reitoria de Graduação da UFG, Gonçalo Armijos; diretor do câmpus da UFG em Goiás, José Geraldo de Sousa Junior; reitor da Universidade de Brasília, Carlos Mário Guedes de Guedes; presidente do INCRA, Dom Tomás Balduíno; patrono da turma e Gilberto Carvalho; ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil representando o paraninfo da turma, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

 

 

Mauro Lemes, orador da turma, emocionou a todos com o discurso que relembrou a trajetória da turma e as dificuldades superadas, mas que essa empreitada é uma “vitória expressiva da classe trabalhadora”. Mauro comentou que a convivência cultural entre os estudantes, que representam 19 estados brasileiros, foi um fator marcante para a formação da turma Evandro Lins e Silva. E que ao longo do curso, os estudantes procuraram não perder o foco na luta por direitos e libertação da classe trabalhadora. “Seremos promotores, advogados, juízes, professores ainda não sabemos de onde. E, assim, sabemos de onde viemos e a quem devemos nos reportar daqui em diante, ao povo brasileiro e as nossas organizações, e seguiremos reafirmando o sentimento de justiça ao povo e aos menos favorecidos”, proferiu.

 

Gilberto Carvalho leu uma carta em que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou a importância daquele momento: “Essa cerimônia é um dos símbolos de que o país começa a oferecer oportunidades para todos”. E ainda complementou “Eu fico ainda mais contente ao ver uma universidade pública dando essa possibilidade”.

 

Todos reconheceram o impacto que os formandos da turma Evandro Lins e Silva vão causar na sociedade e no direito. “Essa turma marca a experiência de recriação dos cursos de Direito no Brasil”, comentou o reitor da UnB.

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